20 agosto 2017

O “H” (quase mudo) do Consumer IoT

Muito se fala sobre Internet das Coisas e sobre as Coisas. Mas a maioria se esquece que as Coisas, em geral, pertencem a seres “H”umanos.

Precisamos entender de uma vez por todas que objetos se comunicando via internet com aplicativos não fazem parte do universo IoT. Para caracterizarmos um sistema IoT é necessário, entre outras coisas, que parte do processamento inteligente seja feita na nuvem e que esta utilize informações de fora do sistema para inferir resultados e construir informações ou definir ações.

Neste quadro, um único sistema que seja vendido e que obedeça aos princípios acima poderia ser caracterizado como IoT.

Mas eu não o caracterizaria com “Consumer IoT”. O conceito de consumidor nos levar a imaginar milhares, talvez milhões deles utilizando sistemas similares do mesmo fabricante.

Então, o “Consumer IoT” é plural, ou seja, precisamos de mais de um Coisa. Na verdade, precisamos de milhares, milhões, bilhões de Coisas e é justamente este plural que caracteriza o verdadeiro potencial da IoT.  É justamente a contribuição coletiva e “gratuita” de dados que permitirá os desenvolvimentos de conhecimentos e aplicações que até há pouco tempo eram considerados inalcançáveis.

Como consequência, o “Consumer IoT” apresenta um círculo virtuoso interessante: para que o consumidor adira à IoT ela precisa entregar valor e para que a IoT possa entregar valor ela precisa de consumidores fornecendo os dados através de seus dispositivos e equipamentos.

É aí que entra o “H” do IoT. Sem a aderência generalizada do ser humano não há “Consumer IoT”. E as empresas precisam entender que o sucesso de seus desenvolvimentos no mundo IoT será principalmente medido pela quantidade de “assinantes”, “sócios” ou “adeptos” que seus produtos conquistarem.

E para que o círculo virtuoso comece a girar positivamente, as empresas precisam conquistar seus fãs através de uma série de valores não diretamente ligados à Internet das Coisas. Precisam continuar a pensar como antes, onde qualidade, funcionalidade, preço justo e seriedade eram os pontos mais importantes para fidelizar clientes às suas marcas. As funcionalidades IoT devem ser um bônus, um algo a mais. Assim, o cliente pode aderir à Internet das Coisas em seu próprio ritmo, sem lhe ser impingida uma funcionalidade que ele nem sabe se quer.


Afinal, o “Consumer IoT” está aí para o benefício de quem? Das Coisas, dos seus fabricantes ou dos seus usuários, os Seres Humanos?

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